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INDíGENAS
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do Tocantins |
Os Povos Indígenas do
Tocantins
500 Anos do Brasil
O Tocantins apresenta
uma população aproximada de 6.000 índios, que continua a crescer.
Vivem no estado os Xerente (povo Akwen), os Karajá, Javaé e Xambioá
(povo Iny), os Apinajé ( povo panhi) e os Krahô (povo
Meri).
Esses povos têm uma cultura
rica e uma história de luta pela sobrevivência e mantêm rituais e
festas com uma forte ligação com o seu passado.
Uma contribuição
fundamental para a percepção dos sentimentos antigos dos povos são
os projetos de educação para formação de professores bilíngües. No
Tocantins, o Governo do Estado está qualificando professores das
escolas nas aldeias, visando ensinar crianças e jovens a escrever e
ler na própria língua, possibilitando o resgate da historia oral dos
povas indigenas e a valarização de sua cultura e tradição. Já são 61
escolas atendendo 2.269 alunas.
Os pavas indígenas da
Tocantins têm uma organização social e politica propria que lhes
sustenta, correspondendo a um processa de crescimento demagrafico
e a retomada de seus valores culturais que constituem não somente
para a Estado, mas para a humanidade, um patrimônio de
diversidade.
O povo Karajá, Javaé e Xambioá
Os Karajá, Javaé e Xambioá
são o mesmo povo e se autodenominam Iny. Pertencem ao tronco
linguístico Macro-Jê, família Karajá e língua Karajá. Os tres grupos
falam a mesma língua e vieram migrando do Norte, baixo Araguaia
antes de 1500. Mantiveram suas aldeias separadas em virtude da luta
com o nao-índio. Os Karajá sao, sobretudo, pescadores e coletores,
embora hoje també faςam roςas.
Segundo Darcy Ribeiro, es tes índios migraram sempre, até
chegar a Ilha do Bananal. Lá vivem hoje 1.600 habitantes Karajá em
oito aldeias, e 849 Javaé a margem do rio Javaé em nove aldeias. Os
Xambioá conhecidos pelo seu povo como Hirarumarandu, ou "Karajáde
baixo", vivem hoje em duas aldeias, com uma populaςao de 182
pessoas, próximos as cidades de Santa Fé e Xambioá.
A festa do Hetoroky, ou
iniciaςão do menino para a fase adulta, reúne famílias Karajá de
aldeias distantes e é comemorada com danςas, lutas e comida farta,
mantendo uma forte ligaςao com suas origens.Os Karajá tem tradiςão
na arte de fazer cerâmica. As mulheres oleiras fazem figuras de
animais, figuras míticas, representaςoes do cotidiano e,
principalmente, as bonecas ritxokô, vendidas como
artesanato.
Aldeias Kara¡á: Santa
Isabel do Morro, Fontoura, Tutemã; Aldeias Javaé: Txuiri,
Gantanã, Boto Velho, Wari Wari, São João, Cachoeirinha,
Manalué ,
Barreira Branca, Imonti; Aldeias Xambioá: Xambioá e
Kurerê.
O povo Xerente
Os Xerente se autodenominam
Akwen, que significa "indivíduo", "gente importante". Eles vieram,
provavelmente, das terras secas do Nordeste até o Norte, onde
encontraram abundancia de áqua. Os primeiros contatos com os
bandeirantes datam de 1738.
Em 1840, os Xerente
aceitaram o aldeamento de Teresa Cristina, atual Tocantíia, proposto
pelo franciscano frei Antonio de Ganges. Hoje vivem na margem
direita do rio Tocantins, numa área de 183.542 hectares (junto a
área do Funil), próximos a cidade de Tocantínia. Sua população é de
1.800 pessoas, distribuías em trinta e uma aldeias. Sua
sobrevivência sempre veio da terra e do rio, da pesca, da caça e,
principalmente, da roça de subsistência, a chamada "Roça de Toco",
onde plantam o milho, o arroz e a mandioca. Produzem artesanato com
palhas de babaçu. São cestas, balaios, esteiras, cofos, redes e
bolsas.
Pertencem ao grupo
lingüístico Macro-Jê e estão em contato com os não índios há
aproximadamente duzentos anos. Juntam tudo que aprenderam com as
comunidades vizinhas e retomam suas vidas com consciência e respeito
a sua história. Em quase todas as festas praticam a corrida de
toras, onde homens e mulheres demonstram sua força e
coragem.
Aldeias Xerente: Funil,
Bela Vista, Cercadinha, Brejo Comprido, Serrinha I e II, Centro,
Agua Fria, Rio do Sono, Mirasol, Recanta, Baixa Funda, Brejinha,
Salto, Porteira, Aldeia Nava, Sangradouro, Lajeadinho, Cabeceira,
Morrinho, Recanto da Agua Fria, Novo Horizonte, ZéBrito,
Aldeinha,
Rio Preto, Bom Jardim, Paraío, Baixão, Traíra, Ponte, Mirasol
Nova.
O povo Krahô
Vive numa área demarcada de
302.533 hectares, próxima as cidades de Itacajáe Goiatins, em 15
aldeias e uma população de 1.500 pessoas. A reserva onde vivem hoje
é considerada a maior área de cerrados inteiramente preservada do
Brasil.
Pertencem ao tronco
lingüístico Macro-Jê, da família Jê, descendentes dos Timbiras
setentrionais. No final do século XVIII, habitavam a região do Rio
Balsas no Maranhão. A aldeia de Pedro Afonso foi fundada em 1849
pelo missionário frei Rafael de Taggia. Os Krahô sempre enfrentaram
a pressão colonizadora. Em 1940, sofreram un violento massacre
desfechado por criadores de gado, fato que continua vivo na memória
de seus habitantes mais velhos. Entreimportante para o dia-a-dia da
aldeia. Possuem muitas crenças, acreditam que todos os seres sejam
animais, vegetais ou minerais, e têm alma, que chamam de
Karõ.
Os Krahô negociam com os
brancos como meio de promover sua sobrevivência na relação
interétnica. Assim ganham uma " os índios Krahô, as terras pertencem
a todos da tribo. As aldeias sao politicamente independentes,
construídas em forma circular, com um grande pátio no centro onde a
tribo se reúne para decidir as divisões do trabalho e tudo que seja
certa independencia" e podem manter sua identidade já que possuem
terras.
A noite, os Krahô se reúnem
para cantar, brincar e contar histórias. Apesar de enfrentarem
inúmeras dificuldades em suas terras, eles conseguem manter suas
tradições e cultura.
Aldeias Krahô: Rio
Vermelho, Manoel Alves Pequeno, Cachoeira, Pedra Branca, Macaúba,
Pedra Furada, Campos Lindos, Agua Branca, Riozinho, São Vidal, Morro
do Boi, Serra
Grande, Forno Velho, Santa Cruz e Lagoinha.
O povo Apinayé
Os Apinajé pertencem ao tronco Macro-Jê,
famíia Jê descendentes do grupo Timbira e vivem numa área demarcada,
a partir de 1985, de 141.904 hectares, próximos aos municípios de
Tocantinópolis, Maurilândia e Lagoa de São Bento. Sua população
atual é de 1.000 habitantes, distribuídos em, sete aldeias. Os
primeiros registros datam de 1774. Eram conhecidos como grandes
guerreiros, "os poderosos ídios da região Norte". O confronto com os
exploradores de ouro provocou doenças e guerras, obrigando os
apinayé a viverem em aldeias para a sobrevivência da
comunidade.
Hoje, eles têm suas aldeias localizadas
no campo e utilizam a mata para a caça e a agricultura. Fazem a
coleta do babaçu, extraem o óleo das amendoas e aproveitam as folhas
para fabricar utensílios domésticos e cobrir suas casas. Nas testas
e rituais, mantêm o casamento e o batizado, realizados no verão,
época da colheita. Quando vão preparar as roças, percorrem uma longa
distância, a procura de mata e terras para a plantação de milho e
suas variedades. Muitas vezes fazem acampamento por lá e ficam
durante vários dias com toda a família. O trabalho é dividido. As
mulheres trazern lenha, coletam frutos, cuidam das crianças e
produzem artesanato; os homens caçam, pescam e trabalham na
roça.
Aldeias Apinajé: São José, Mariazinha,
Butica, Riachinho, Cocalinho e Bonito.
Textos extraídos de "Os Povos Indígenas
do Tocantins", Professora Lídia Soraya Liberato
Barroso.
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